sábado, 21 de abril de 2012

Bagagem de mão - o que vai nela

Primeiramente, dê uma olhada na mochila abaixo:

Ela é bem simples, mas bem prática. Há um compartimento frontal menor, com acesso fácil. Há um bolso em cada lateral, de mais fácil acesso ainda, onde você poderá colocar coisas como um mapa, uma garrafa de água, etc. E, finalmente, há um compartimento maior, que pode ser trancado com um pequeno cadeado.

Se você está com ela na rua, e desde que não esteja muito pesada, o melhor é colocá-la de lado, com um dos braços repousando sobre a mesma. Neste caso, ela está segura e nem é preciso o uso do cadeado que, ao contrário, pode até chamar a atenção.

Porém, caso ela esteja um tanto pesada ou prefira carregá-la nas costas, é preferível a paranóia do cadeado, sobretudo na hora do rush no metrô ou mesmo em algum ponto turístico de grande aglomeração, dificultando a ação de algum gatuno. Obviamente, não é aconselhável sair por aí carregando grandes somas em dinheiro ou objetos de valor e, se o fizer, nada de guardar no compartimento menor, onde não é possível pôr um cadeado. Tenho a impressão de que hoje em dia qualquer lugar é mais seguro que o Brasil, mas não custa prevenir, até porque histórias de pickpockets (o famoso "mão leve") pululam mundo afora.

Dispensável lembrar que na mala ou mochila maior que você despacha no aeroporto o cadeado também se mostra útil, embora o risco maior aí seja de extravio. Meeedo! Reze!

De qualquer modo, vejamos o que vai na dita cuja:

A traquinaria eletrônica: netbook, celular, MP3 Player, câmera, cartão de memória, pendrive e  seus detestáveis amáveis carregadores.

Bom, todos os itens acima podem ser reunidos em um smartphone, mas isto não funciona para todo mundo, especialmente em viagens mais longas ou a depender das necessidades e conveniências de cada um!

Aos fatos.

O netbook: uso muito o e-mail. A maioria das mensagens apenas leio e deleto, mas ainda ficam muitas para responder. Ou seja, sem um teclado, nada feito. É por isso também que ainda não me rendi totalmente ao Ipad, embora reconheça que este, claro, tenha suas vantagens: inicializa super rápido, é mais leve, mais e melhores aplicativos surgem a cada dia, etc.

Além disso, o netbook ainda se justifica porque o considero mais seguro e prático para backups: as fotos tiradas com a câmara são religiosamente (ou quase) copiadas para ele ao fim de cada dia. E ainda para o pendrive! Sei, há um dispositivo não tão barato (como é típico da Apple), que permite copiar fotos do cartão de memória ou da câmara para o Ipad. Mas a memória interna deste pode não ser suficiente, ainda mais se você tem muitos "arquivos pesados" , tais como músicas, fotos, vídeos, etc.

O mouse vai porque ainda o prefiro ao touchpad, mas já estou menos ranzinza com o último. Já o Ipod ou qualquer outro MP3 Player dispensa explicações como o gadget campeão para matar o tempo. E claro: o netbook não cabe no bolso para sair por aí ouvindo seu som.

No entanto... para ler, mesmo offline, seja aquele conteúdo relacionado à viagem (onde você ainda pode digitar suas observações) ou o que você baixou da Internet porque sabia que ia ficar horas sem conexão, o netbook ainda é imbatível.

Aí ao lado, você ainda pode ver: um adaptador universal de tomadas (este cubo amarelo com peças pretas encaixadas); um benjamim ou "T" (sim, você vai precisar); um pendrive para as fotos ou outros arquivos; um cartão de memória extra (o outro fica dentro da câmera, que guardo dentro desta bolsa de tecido verde); um celular e os benditos carregadores.

Não vou dizer que ninguém precisa mais do que isso, já que fanáticos por fotografia viajam com mil lentes, tripé e sei-lá-mais-o-quê. Por outro lado,  é bem possível que você se contente com menos, a depender do seu estilo, do destino, tempo de duração da sua viagem, etc.

E claro: com todas estas peças miúdas (pendrive, cartão de memória, adaptador...) e fios e cabos, então uma necessaire para guardar tudo.

POP - Procedimento Operacional Padrão: fixe uma espécie de rotina a cumprir ou verificar, algo como: lembrar-se sempre de tirar o adaptador e o carregador da tomada após usar; deixar os cadeados sempre nas mochilas/malas ou mantê-los guardados na necessaire, e por aí vai. Se sua memória não é das melhores (presente!) ou você fica paranóico quando empresta ou pede algo emprestado a alguém, manter um POP é essencial.

As pastas - ou a nossa burocracia de cada dia

Mesmo com todas as facilidades da Internet e computação em geral, ainda não nos livramos do bom e velho papel.  E, acredite, a depender da viagem, você ainda levará uma boa quantidade dele consigo. Eis então o porquê das pastas.

São basicamente três: uma azul e uma amarela, bem fininhas, e outra branca, um pouco mais volumosa.

O que tem nas ditas cujas?

PASTA AZUL - Tudo o que você vai precisar manter consigo na viagem, como passaporte, certificado internacional de vacina (contra febre amarela, geralmente), seguro-saúde, dinheiro, cartão de crédito e até comprovante de renda ou algo que o valha! Caaalma que eu explico!

Óbvio que não é em toda viagem que você vai precisar disso tudo, mas tomei por base as exigências que podem ser feitas no famoso Espaço Schengen. Obrigado, União Européia, por toda esta burocracia!

Não preciso relembrar aqui aquelas estórias terríveis de brasileiros barrados no aeroporto de Madri ou o frio na espinha que muitos dizem sentir com a imigração britânica (presente!). Também não posso garantir que  seguindo estas dicas você pode correr para o abraço, já que cada país é soberano e pode vedar a entrada de qualquer estrangeiro; sem falar que os oficiais de imigração, assim como o amor, tem razões que a própria razão desconhece...

Mas, em todo caso, eis o que costuma ser exigido:

1. Passaporte, com validade mínima de seis meses. Ou seja: seu salvo-conduto não pode estar para perder a data de validade amanhã. Acrescento também uma cópia do dito cujo para andar com ela, deixando o original são e salvo no hotel. Eu sei, eu sei, podem pedir seu passaporte quando de alguma compra no cartão, ou na hora de fazer câmbio, ou mesmo algum policial na rua... mas comigo sempre funcionou a cópia e a explicação da segurança. Fica a seu critério. E que Deus nos proteja a todos!

Ah, este pequeno papel branco ao lado da cópia do passaporte é um formulário com meus dados: nome, telefone, endereço, e-mail, telefones de parentes no Brasil, tipo sanguíneo... enfim, dados essenciais na eventualidade de alguma emergência, que, graças a Deus, até agora, nunca aconteceu.

E lembrando: se sua viagem é para algum país que exige VISTO ANTECIPADO, isto é, em que ele não é concedido quando do desembarque, a exemplo dos Estados Unidos ou Moçambique, trate de obtê-lo também, claro. 

2. Seguro-Saúde. Ninguém quer usar, mas é melhor ter. E como diria sua avó: melhor prevenir que remediar; prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém...e, para variar, a União Européia pode exigir. Uma apólice básica, de valor simbólico, algo assim como 30.000 euros... Caaalma! 30.000 euros é o valor mínimo da cobertura exigida pelo chato do Tratado de Schengen! O que você paga para ter esta cobertura é um valor bem menor e calculado de acordo com o número de dias de sua viagem ou outros fatores como "cobertura para prática de esportes radicais" e por aí vai. Bom, toda agência de viagem vende este tipo de seguro, mas se você quiser comprar pela Internet, e ainda economizar uma grana, dá uma olhada neste "post" aqui e também neste da mais-que-viajada-e-nunca-bastante-idolatrada Adriana Setti.

3. Certificado Internacional de Vacina contra Febre Amarela: primeiro, você toma a vacina num posto de saúde qualquer. Com sua carteirinha de vacinação (de cor branca) devidamente marcada, você ainda tem que obter o dito certificado internacional (de cor amarela). Instruções aqui. E por que cargas d'água eu preciso de mais este papel? Simples: porque desde a Bolívia até Portugal, muitos países podem exigi-lo de você. E faça o quanto antes, pois tudo toma tempo, ainda mais considerando que a vacina precisa ser tomada com pelo menos dez dias de antecedência da sua viagem. Veja por outro lado: ela vale por dez anos, mais que seu passaporte! Com a palavra, o mestre (salve, salve!) Ricardo Freire: aqui e aqui.

4. Dinheiro, cash, money, efectivo, plata, bufunfa! Euro e dólar são as moedas mais comuns e reza a lenda que a União Européia pode pedir que você comprove possuir 60 euros para cada dia de viagem. O mais comum, porém, é não perguntarem se você traz dinheiro consigo, já que isto é algo básico. Podem perguntar o quantum e então diga a verdade e esteja com ele ali fácil para mostrar. Um amiga minha, embora super viajada e de excelente$ condiçõe$ financeira$, costuma levar uma pequena fortuna em euros. Acho até que bem mais do que os 60€/dia ditos exigíveis. É a única pessoa que conheço que faz isto. Levo apenas duzentos euros e o que segue abaixo:

5. Cartões de Débito e Crédito, duas bandeiras, dois de cada, no mínimo! Se esta minha amiga estivesse lendo isto - o que duvido, já que para ela só falta conhecer a lua - com certeza diria: "Olha aí o maluco dos cartões". Cada louco com sua mania, mas vamos por parte. Um cartão de débito e crédito hoje é essencial, o que dispensa maiores explicações. Se for uma viagem para o exterior, então convém que seja um cartão internacional. Com ele, além de fazer suas compras, você pode sacar dinheiro direto em moeda local nos caixas eletrônicos. Basta verificar se as bandeiras constantes naquele caixa "batem" com as do seu cartão. Isto é, se no caixa tem a bandeira X e no seu cartão também, BINGO, tá valendo. Ou quase. Alguns caixas eletrônicos podem ser esnobes e rejeitar seu cartão. Aconteceu com um amigo meu: ele foi todo feliz sacar dinheiro, com seu cartão novinho em folha, com limites para saque e gastos bastante consideráveis... e nada! Foi preciso usar o cartão da esposa, mais velho, sem chip e com limite relativamente baixo! Logo, mais cartão, menos chance de decepção. Na prática: viajo com dois cartões bancários de débito e crédito das bandeiras mais comuns (Mastercard, maestro / Visa, cirrus) e levo outros dois, de outro banco, com as mesmas duas bandeiras, como "reserva", caso perca aqueles primeiros (Deus me livre!) ou os tais não funcionem. E claro: pode mostrá-los na imigração também, se vierem com perguntas indiscretas sobre seu sustento na viagem. Uma fatura do cartão ou um extrato bancário, acompanhando, ajudam. Isto é, dizem, pois nunca me pediram. Mas que faz sentido, faz.

E lembre-se de, ainda no Brasil, habilitar seus cartões junto ao banco e/ou a administradora para uso no exterior. Chego mesmo a informar os países para os quais viajarei e as datas de partida e retorno. Imagine se você usa apenas seu cartão no Brasil e, de repente, aparece uma compra lá do outro lado do mundo... há o risco da própria administradora bloquear temendo fraude, furto do cartão ou coisa do tipo. Enfim, não custa tanto dar um telefonema avisando de sua viagem e evitar possíveis transtornos.

6. Comprovante de vínculo com o Brasil: pode ser o extrato bancário, declaração de imposto de renda, contracheque... como, se tudo isto está escrito em português? Também nunca me pediram, mas costumo levar um extrato bancário e a carteira do trabalho. Enfim, ajuda a mostrar que você está ali para gastar e voltar, não para ficar!

7. Bilhete de volta: nunca me pediram, mas, via de regra, é necessário, e o mais óbvio de ser exigido.

PASTA AMARELA - nela vão aqueles papéis de alguma importância, mas que você vai descartando ao longo da viagem, a saber:

1. Reservas de Hotel: estas sim são comumente pedidas pela imigração européia ou outra qualquer. No caso da União Européia, podem pedir as reservas de toda sua viagem! Na prática, pedem a do destino ao qual você está chegando. Vai ficar na casa de amigos? Já passei por esta experiência na Itália. Não me pediram nada e eu só tinha o e-mail do meu amigo com o endereço, tudo escrito em português e italiano. Em tese, para variar, podem pedir uma tal carta-convite, isto é, aquele bom e velho pedaço de papel ASSINADO por seu anfitrião local.  Reza a lenda que na França ainda exigem esta carta-convite com o carimbo do delegado!

2. Reservas de passeios, aluguel de carro:  usou, jogou fora. O papel, não o carro.

3. Bilhetes de vôos locais, trens, etc. Idem!

4. Mapas de como chegar no hotel, na estação tal, no ponto turístico X, etc.

PASTA BRANCA

A melhor de todas. O motivo de sua viagem. A mais gordinha. Nela vão seu guia, ou cópia de     trechos dele, recortes de revistas, folhetos, suas anotações... tudo o que se relaciona com o que você quer ver ou fazer na sua viagem.

Se há vários destinos, ainda faço uma outra subdivisão, como você pode constatar na imagem ao lado.

Ao longo do trajeto, você vai descartando seu arquivo secreto... ou não, para os mais saudosistas.

Bom, mas para você não esquecer nada, nadinha, aqui você encontra um check-list de viagem bem completo da PROTESTE.

domingo, 15 de abril de 2012

Escolhendo a Mala

Se você está pensando que vai encontrar uma mala que serve para todo tipo de viagem, acho bem difícil que alcance esta graça, mas, garanto, é possível chegar bem perto.

Claro, se você viaja só para metrópoles, com clima agradável e por curta temporada, ou algo do gênero, então uma única mala de mão é mais que suficiente. Porém, se o cardápio varia...

Mas vamos ao meu atual e, espero, definitivo, kit-mala.

Mochilão ou mala-mochila-com-rodinhas?!

Eu costumava viajar com esta mochila ao lado, com capacidade de 65 litros (leia-se: tamanho médio). Ela é de um modelo bem simples, com apenas um grande compartimento interno e um menor na parte superior, além de dois pequenos bolsos.

Não vou entrar aqui em detalhes sobre as "n" possibilidades de mochilas, marcas, tamanhos, etc. Caso queira se aprofundar a respeito, eis o site: mochileiros.com

Vantagens: leve, adapta-se bem ao corpo (você pode "vestir" vários modelos na loja para achar o seu) e, acreditem, cabe muuuita coisa dentro, embora o ideal, insisto, seja viajar com o mínimo necessário.

Desvantagens: no decorrer da viagem, parece que o peso nas costas aumenta e a bagunça também, o que pode dificultar achar as coisas. No que toca a este último aspecto, eis uma possível solução:


Qué qué isso arriba? Pequenas sacolas de tecido, onde você pode separar as camisas, calças e o que mais der na telha. Onde encontro? Cherchez la femme:  sua namorada ("ex" também serve!), uma amiga, sua irmã, sua mãe, a vizinha... qualquer mulher quando compra uma bolsa, um sapato, um chapéu... eis que o objeto principal vem envolto numa destas. OK, muitos sapatos masculinos também, mas variedade no tamanho e cores das sacolas conta, facilitando a identificação.

E por que não meras sacolas de plástico? Fazem um barulho desgraçado quando você remexe, o que pode irritar, sobretudo à noite, quem mais esteja com você no quarto. Soooó por isso? Basicamente. Vá por mim: dependendo de com quem você viaja, do quanto você revira sua mochila, irrita sim. Se for em uma barraca ou num quarto coletivo de algum hostel, então... Mas falarei sobre viagens em grupo, camping, hostel e quejandos em outras ocasiões. Voltemos às malas.

Bom, hoje costumo viajar com esta:

Qué que muda? Bom, primeiro o mochilão acima é melhor para viagens mais natureba, e ultimamente tenho ido mais a destinos urbanos, embora, é verdade, na mais recente viagem fiz uma tremenda mistura.

Ainda assim, a mala ao lado foi a escolhida. Aparentemente, ela não passa de mais uma mala média e chata de rodinhas. Em tese, sim. Só que ela traz a possibilidade de ser carregada nas costas também (veja mais abaixo). Isto faz uma tremenda diferença na hora em que você precisa encarar aquela estação de metrô que não tem escadas rolantes, rampas ou qualquer facilidade do tipo.

A vantagem em relação à mochila? Suas roupas ficam mais bem dispostas, visíveis, ao alcance fácil da mão. Na mochila, muitas vezes, você tem que tirar quase tudo para achar uma peça. Pior ainda se não fez uso das sacolas para dividir, como recomendado antes.

Bom, basta dar um giro na mala e aparece um compartimento fechado que, uma vez aberto, libera as alças, permitindo carregá-la nas costas.

Ah, óbvio que não viajo com uma almofada! Foi só para realçar o dito dispositivo. Hoje em dia, há vários modelos semelhantes, inclusive alguns que mais se assemelham àquela primeira mochila, ou seja, são menos rígidas e mais leves. Novamente, o segredo é testar na loja ou fuçar a Internet e arriscar comprar um modelo que lhe pareça mais adequado. Caso não goste quando a dita cuja chegar, veja o que diz o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90):


Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.


Esta norma vale para compras pela Internet, mas não tente isto com sites estrangeiros, combinado?

Vai que precisa...

Além de UMA daquelas, viajo também com esta aqui:


Cuma? Caaalma! A bolsa maior cabe dentro desta menor que, por sua vez, vai dentro da que antes escolhi para viajar, lembra? E para que serve? Como a dita cuja embarca vazia, ela pode voltar:

a) Igualmente vazia, ou seja, não serviu para nada;
b) Com compras, embora não seja lá muito meu estilo;
c) Compras para os outros (idem!): presentes, "lembrancinhas" e encomendas (para variar, outro tema ao qual retornarei);
d) Com roupas sujas e tranqueiras que acumulo em viagens mais longas, tais como revistas, guias, panfletos, mapas, postais, etc.
e) Em viagens mais curtas, ela funciona como mala única.

A quase sombra

Last but not least, uma mochila pequena, da qual geralmente não desgrudo:



Depois farei um post sobre o que vai dentro dela, embora você já tenha deduzido: documentos, eletrônicos, etc.

Viu? Nada do outro mundo, até porque as viagens espaciais não são para o meu bico! Ainda.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fazendo as Malas

Para quem decide viajar, uma parte não tão agradável desta jornada diz respeito ao que colocar na mala. Vamos tentar otimizar este processo.

Com quanto dias antes devo começar a preparação? Dois dias ÚTEIS são suficientes. Na verdade, não se trata apenas de separar o que vai ser posto na bagagem, podendo haver outros preparativos, tais como: mandar lavar alguma roupa que porventura esteja suja e que se deseja levar na viagem; comprar alguma medicação de uso contínuo ou que exija receita; tirar cópias de trechos de algum guia de viagem, etc. 

Outras perguntas precisam ainda ser respondidas: que lugares vai visitar? Como é o clima? Quantos dias de viagem? Na última viagem que fiz, fui cobaia de mim mesmo! Explico: no roteiro, havia praias e montanhas, clima frio e calor de rachar catedrais (by Nelson Rodrigues), trekking (= necessidade de botas), enfim, uma variedade tamanha que, creio, servirá bem para a finalidade a que aqui me proponho.

A roupa do dia-a-dia

A menos que alguém esteja viajando para desfilar, penso que o melhor é priorizar roupas práticas e confortáveis.  Dentro desta lógica, camisas de tecido esportivo, tipo dry-fit, ainda são as minhas preferidas: não amassam, dificilmente desfiam, facilitam a transpiração, são fáceis de lavar, secam rápido, etc.

São mais caras que as tradicionais camisas de algodão? Geralmente sim, mas penso que valem o investimento. Dê preferências a marcas conhecidas, nas quais você confia. Ah, o termo dry-fit é apenas como a Nike resolveu chamar esta tecnologia. Outras marcas (Adidas, Puma...) possuem produtos semelhantes com nomes idem.

Bom, para uma viagem de três a quatro semanas, meia dúzia são suficientes. Olha algumas delas aí:



A vantagem de escolher cores básicas ou, pelo menos, com estampas não tão marcantes, é que facilita para fazer a combinação com bermudas e calças. Creio que não preciso lembrar aqui o velho e manjado truque de fazer rolinhos com as camisas na hora de colocá-las na mala, confere?

Como antes mencionado, elas são fáceis de lavar e secam rápido. Não raro, eu mesmo lavo uma ou mais quando necessário. Não gosto de acumular muita roupa suja. Além disso, em destinos nos quais ficamos poucos dias - geralmente cidades pequenas - nem sempre há lavanderias automáticas; logo, seria preciso entregar a roupa para recebê-la de volta só no dia seguinte ou mesmo dias depois. Nestes casos, o chuveiro ou mesmo a pia do banheiro quebram um galho. Ah, levo sempre um sabão-de-côco comigo. Todo doido tem suas manias!

Tá vendo a blusa amarela? Ela foi lavada durante o banho e está secando! 

Mas voltando a tal combinação de peças, eis uma outra estratégia: jogue na cama todas as roupas que acha que vai usar durante a viagem e exclua aquelas que, na sua opinião, menos combinam entre si. Pronto: você já aliviou o excesso de roupas que levaria!

OK. Três a quatro semanas de viagem, seis camisas dry-fit para o dia e... quatro, não mais que quatro, calças, sendo: uma calça jeans (já no seu corpo, que é a mais pesada), uma calça social preta ou azul-marinho e "dos pantalones desmontables", como  nossos hermanos argentinos chamam a estas calças que se transformam em bermudas:



Como podem ver, é possível destacar a parte inferior e - dãããm - ficar só com a parte de cima. Admito que a preguiça às vezes fala mais alto e nem sempre faço isso, mas, ainda assim, há algumas outras vantagens neste tipo de calça: bolsos, muito bolsos, para guardar o telefone celular, a câmara, o MP3 Player, o dinheiro, mapas e por aí vai... São calças mais leves e menos quentes que os tradicionais jeans. Isto passa a contar quando se caminha bastante. Mais: a temperatura aumentou? Basta sacar a parte inferior e guardar na mochila. Pintou uma chuva? Não ficam tão pesadas e secam mais rápido que jeans ou sarja.

Cores neutras, de burro quando foge, são bem práticas. De qualquer modo, é sempre bom levar um calção e/ou uma bermuda para ficar mais à vontade, especialmente quando se está no quarto.

Se for para um hostel ou casa de um amigo, lembre-se de levar uma toalha também. Ah, hospedagens outras que não hotéis serão tratadas mais adiante.

Bom, quase concluindo: você já tem a roupa do dia de todo santo dia! Agora basta incrementar um pouco, até para não sair à noite todo jogado! Sugiro acrescentar duas ou três camisas polo e/ou sociais e uma de manga longa, se for seu estilo, usando-as com o jeans ou a calça social. Não sou muito de baladas e, óbvio, não vou ensinar Pai Nosso a padre. Assim, para quem faz vive a "night" já sabe que peças de roupa mais acrescentar, as variações, etc.

Também convém levar um agasalho para climas mais frios, ou mesmo um chapéu se vai ficar muito tempo sob o sol, o que é bastante comum se seu destino inclui trilhas ou praias. Como brasileiro não pode ver água que pula dentro (presente!), uma sunga também não pode faltar. Óculos escuros, idem.


A questão do frio merece um post à parte, que prometo fazer em breve, mas já adianto que não é nada do outro mundo e nem vai pesar na mala, já que a recomendação é que você traga o agasalho consigo, no avião ou no ônibus.


Quanto aos calçados, levo só um sapatênis preto, que engana durante o dia como tênis e passa por um sapato à noite. Além dele, só o bom e velho par de sandálias havaianas. A bota de trekking  viaja quando sei que vou fazer trilha. Neste caso, o sapatênis é que vai dentro da mala.

Claro que a depender do tipo de viagem, outras peças se farão necessárias e aí basta acrescentá-las.

Além disso, não raro, surgem boas chances de comprar roupas durante a viagem.

Eu sei, Penépole Charmosa, você está dizendo: "Isto não funciona com garotas". Sim e Não!

Aos fatos: já viajei com uma amiga, por quase um mês, que estava apenas com uma mala de rodinhas tamanho médio, fora, claro, a inseparável bolsa, também de um tamanho normal. E não a vi reclamando em nenhum momento da viagem que tenha faltado isto ou aquilo. No mesmo grupo, havia uma outra que parecia estar de mudança... e, pela troçada, para bem longe da civilização!

Veja este vídeo aqui. OK, não é uma viagem tão longa, mas a madame aí soube arrumar a mala direitinho.

Um amigo costuma dizer que reconhece os brasileiros fora do país pelo tamanho e/ou quantidade das malas. Será mesmo que precisa ser assim? Bom senso sempre. E viajando é que se aprende.